2 de mai. de 2011

Portipholio Nimblicum







Minha coleção de nuvens
Ocasionais & momentâneas
Que nunca mais se repetirão
   na ampla tela estratosphérica dos céus,
Permeando os abismos inauditos
   que vão do amparo de nossos pés
      até a morada sempiterna da mente da mente;





Cometas fumegosos
Campos pomposos
Asas de Anjos
Zoológico cândido;





Baile d’água condensada
   na ciranda das marés alvas & azuis
      cujo os ventos inventam & lavram,
Inundando o céu de hálito de águas atmosphéricas
    & o chão de sombras frescas;





Rastros de rumos de ventos & ventanias
Vestígios de tornados
Brisas de trombas
Trovões cantados em duetos;





Iluminadas pela Lua argenta
Plumbia plata dissoluta no nubledo
Exalam paisagens de sonhos sertanejos
   inalcançáveis como uma aurora inversa,
Alumbramentos de deslumbres obscuros dos madrigais
   que penetram nas noites nuvens adentro;





Ninfas transcendentes de ocaso & caos
Arte temporal de eventos & ventos
Lumes interdependentes para sombras ocasionais
Mensageiras insossas de chuvas gratuitas
Sublime neblinado véu das horas lentas & esquecidas
Da terra aos céus;





Rios irrisórios
   represados nos céus do mundo
Estratosphéricas & abhissais
   diante do olhar terrestres
Que junto vai em devaneios
   de seguir nessa correnteza quase imaterial;
E irremediáveis céus
   me trazem seu ébano safira sephirótico
      marcando pulverizadamente os limites
         da minha prisão;





Enquanto as nuvens se metamorpham
   ao som & sabor
      do vento/tempo
Eu afundo no peso de esquecer/metamorphar;





De lá para cá
    de cá para lá
As nuvens vão
Mansa procissão à um vácuo local
   onde chorarão & suarão & chuverão
      suas pepitas cristais de lágrimas/milagres;





Por um instante
   lento
que dura procissões globais de nuvens
   tudo é bom!
E tudo passa nesse passo anuviado...

emt

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