1 de fev. de 2012

Incomum Pleroma Cotidiano


Ando pelas ruas
   ao lado de todas as pessoas comuns
      assim como eu
E vejo que ali o incomum
   às vezes emana
Como plantas que brotam
   dos trincados do concreto também,

Cantam os cantores comuns
   e das suas vozes vez ou outra
      vibram poesias incomuns
Que expõem sentimentos
   que crescem nas fissuras
       que todas as almas comuns tem,

É o amor
É o amor ainda
   que floresce incomum
      desde o fundo do coração...

Não é comum encontrar
Mas sua raridade atesta seu espírito
   que provém de gestos de carinho
      no meio das ruas da cidade
Por entre o jardim de pessoas comuns
   que ainda resistem
      a se tornarem animais,

Por mais comum que sejam
   as pedras e os carros
O incomum respeito pela vida
   ainda anda perto dos pedestres...

Uma canção & sua mensagem
Uma voz & sua paixão
Uma frase & sua recorrência
Um raio de sol & seu momento
Uma estrela cadente & seu instante
Um gesto & seu carinho
Uma flor & seu mistério
Uma brisa & seu movimento
Um gato & sua sonolência
A relva & seu repouso
A chuva & seu frescor
Uma nuvem & sua distância
Uma árvore & sua sombra
O corpo & seu conteúdo
A vida & sua verdade
O poeta & seu silêncio
... & ...

Todas essas coisas neutras
   que nos denunciam o comum
      e abrem a raridade da transcendência
         para além do banal
            do bem & do mal.


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