18 de dez. de 2017

Amnemissence


Nas lembranças
   o agora & o antes sobrepõem-se
      o depois, nunca visto, é a fonte do tempo

No tormento sem dor que é esquecer
   há uma espécie de contentamento
      em saber o que os outros não sabem

Compartilhamos a fonte deste não saber
   mas cada um bebe a própria individualidade
      o estar em um lugar que é só seu

Procuro, no silêncio do tempo
   que corrói, que desgasta, que a tudo muda
      o anúncio do descanso

Se recordar é saber
   esquecer é uma graça
      em um mundo onde só há opiniões

Para saber algo
   temos que esquecer outra coisa
      & assim sucessivamente se ergue o muro da realidade

Eis que já anunciaram o descanso
   o ócio da memória
      & o muro se dissolve

A verdade será esquecimento
   & recordar não terá perdão
      do tempo que se perdeu

Não mais recordamos nem esquecemos
   tudo é repetição do melhor possível
      & estamos aqui somente para rever

Ver ou entrever, opiniões & submissão
   quem produz saber
      controla tudo pelas ideias que copiam

Eis que vimos a revelação, rever... revelar...
   & partimos de volta ao lar...
      Esquecer é escapar!





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