Dádivas do Caos

 

Olha só a gente...
Nesse grau de intimidade
Ligados por um pedacinho de carne
Dentro de um pedacinho de carne
& toda carga de emoções que nos extrapola
Ricocheteando na mente
O que nos faz próximos & íntimos
   por acaso!

É o que é
   É o que resta
      Tudo que seremos

Depois da inconsciência
   & da infância
A brutalidade da vida finalmente aparece
Longe da inocência que agora é só fome
   de fluir sempre mais

& nos resta, à nós, irracionais
As dádivas do Caos
Que nos faz permanecer ainda
   um pouco como queremos ser
      na potência maior que nós...

Agora aqui está escuro
Mas adivinhe, sempre esteve!
Nós somos o combustível para a luz
   que ilumina essa escuridão
Um dia vamos apagar enfim
Mas outros hão de queimar em seguida
   dando luz ao mundo

Não é uma herança
   Apenas um dom humano natural
      Somos mais que pedacinhos de carne

Assim, esvaindo
Com tudo ruindo ao redor
Me sinto tão grande
   que nada & nem ninguém pode preencher
      o tanto necessário para me sentir melhor
Já estou no cume
   & não me estranho mais...