Sentimos o nada ao redor se condensar
revoltoso & implacável
Trincas rompendo no concreto do real
para fazer emergir encontros de contas
Sensíveis à paródia da carne
ouvimos o véu rasgar
Por entre as pregas das vísceras
que pressaginham o medo
A realidade censora sensorial
constrange as rugas & os rasgos do tempo
O novo não percebe envelhecer
& velho não saberá que morreu
A fúria se desenrola em volta de nós
sensual, sedutora, violenta
Nem percebemos quando somos arrastados
para o confronto do corpo contra o chão
Cada um vai assim
pela recorrente violência que lhe acaricia
Girando no olho cego do furacão
que sempre te pega distraído
Nossos tempos com sua cota completa
de coisas insuportáveis
Se desfaz em ringue
para finalmente nos sujarmos de liberdade
& seguirmos em frente
com a alma lavada de tudo que for
polêmica!

Nenhum comentário:
Postar um comentário