6 de abr. de 2008

a relva imersa na água límpida

Se eu pudesse prever tudo
eu te protegeria
como a relva imersa na água límpida
que se move calma e pesadamente ao sabor do cuidado;

Se eu pudesse prever tudo
eu não seria livre
e não faria ninguém triste ou feliz
e seria terrível como um eterno sorrir ou chorar;

Se eu pudesse prever tudo
eu descansaria
e espalharia serenidade de correntes e grilhões
aprisionando as escolhas minhas e alheias;

Se eu pudesse prever tudo
não seriamos como os peixes
que nadam calmamente
por entre a relva imersa na água límpida;

Eu não posso mais
pensar em me ir
cada vez que tiver que chorar ou calar
Eu não posso mais
pensar em me ir
cada vez que eu tiver que fazer vontades alheias;

Deixei de pagar com alegria e submissão
cada vez que uma erupção de ignorância
transbordar os rios de calma que desejo solenemente,
E tentam impedir
minha Serenidade
e os pensamentos de relva imersa na água límpida...


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