3 de nov. de 2010

El Desdichado - G. Nerval

O Deserdado

Sou o tenebroso – o viúvo – o inconsolado,
O príncipe na torre abolida de Aquitânia;
Morta minh’única estrela – meu alaúde constelado
Porta o Sol negro da Melancolia.
Na noite tumular, tu que me consolaste,
Traga-me o Pausílipo e o mar d’Itália,
A flor que agradava tanto ao meu coração triste,
E o parreiral onde o pâmpano à rosa se alia.
Serei Amor ou Febo? … Lusignam ou Biron?
Minha fronte está rubra, ainda, dos beijos da que reina;
Sonhei na gruta em que nada a sirena,
E por duas vezes, vencedor, atravessei o Aqueron:
Modulando alternadamente na lira Orféica,
Os suspiros da santa e os gritos feéricos. 


(retirado de: www.revista.agulha.nom.br/ag63nerval.htm)


Nenhum comentário: