4 de mai. de 2013

Sóliton

Nunca antes
   minha solidão foi tão intensa como agora...
& eu ouvi falar por ai, lá onde os Anjos abatidos murmuram seus sonhos
   que isso é a proximidade da morte,
      um grande espaço aberto em meu peito,
         aberto para abrigar o que não tem medida.

Pois o que temos de encontrar no futuro
   retorna tão depressa quanto o presente se torna passado
& se anuncia no agora com um hálito de libertação...

& quando essa solidão chega
& impetra todo sua fama de veracidade
Contanto ao corpo e à alma
   suas verdades inauditas de momento final,
A tristeza é convocada a urdir uma benção para toda a vida
   para que não fiquem nós na existência que se tornará ausência
& todas as máculas sejam lavadas
   na bacia dos sofrimentos que nunca mais serão...

(Foi um último sorriso de AL
Foi uma última proximidade de seu corpo esguio
Uma última adoração ao feminino
Que me encheu dessa solidão ainda mais devassa
& derramou enfim da taça do saber
   tudo que já está tão perto
      &tão distante como a próxima estrela que não é a do dia
Mas da noite onde o Espírito torna a vagar
Para de novo nascer na Terra do chão das tristezas incomuns...
Adeus também... AL)

Sabemos disso,
   nós que somos da imensa solidão,
Pois viemos nascendo e morrendo assim
   para suprir no excesso de alegria do mundo
Um pouco da sanidade do verdadeiro Amor.

O qual nem sempre atingimos,
   quase nunca realizamos,
Mas estamos sempre disponíveis a pagar o preço dessa desmedida solitude.
Uma crença na gratidão pela vida
Que por vez não se completa, e acaba antes, de tanto doer!



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