4 de set. de 2017

futerelogia

sei
amar
lenhar

sabes
amar
cavar

arvorar
o alvoroço
dessa voragem

dura rocha
que exige explosão
para chegar ao veio do teu ouro

ouro de tua tez
couro de tuas nádegas
c/ouro de tuas flores

machado
no estéreo da madeira
invariavelmente tomba

explosão
de barrancos altos
que destroçam

como impera primeiro
& depois beija a lona
do lençol

édo mesmo gosto
das mordidas fortes
que dedico ao seu torço

& dos gritos leves
do mantra louco
do teu gozo

sabemos
amar
machucar-nos

marcaros membros
trilhasde unha
desde onde mais vibra

o fulcro
que massageio
pra te fazer girar

o arremedo flácido
que brincas
como saco de doces

suor
inflamável
libação

me fazer doer
de tanto contato
com a carne

ferir a febre
que se instala
no órgão inútil que somos

se não posso entrar em você
se não podes acolher-me
se não podemos queimar

pelos olhos
pela flor
pelo talo

ofuscar
com a escuridão lume
do toque no corpo inteiro

tatuar o tato
escarificar os sentidos
escalpar os pelos

ferir
com meu abraço
tuas costas ósseas

me sugar
faminta
para dentro do campo sem lei

apertar
com toda força
os pontos que amamos

como se odiássemos
não ser parte um do outro
o que pertence a cada um

explodirmos
em um gozo que nos arremessa
no limbo

& nunca acabar...
nunca acabar...
nu acabar

você não reclama
quando digo‘te amo’
sóquando te penetro

& te amo demais...
me dê mais...
sempre mais...

eu não exijo nada
pois já me dá tudo
menos motivo para parar

vai...
vem...
assim...

não é ‘sim’
sim é ‘sempre’
sempre é ‘agora’

é o trato
da madeira com o fogo
do machado com o sândalo

o fátuo
o fado
ardor do ato

mesmoesfacelados
encontrara dureza macia
que desaba a cada prazer

é
somosmatéria
para o fogo queimar

tumadeira viva
euaço de cortar
gozamosmagma

se move esguia
& tenho que agarrar
paraencontrar o choro

momento que assusta
& tememos
o prazer-fera num canto escuro

natural
sofisticado
sobrevivente

desde que tombamos
um objetivo alastra & recolhe
incêndio...

foder é da natureza do amor
que só deve a si o fogo eterno
que queima no vácuo entre os corpos

fome
foço
fogueira

trindade
você, eu,
nada

copula
gozo
êxtase

que quer destruir
queimar o universo
até que tudo se torne pó

se não podemos ser eternos
que se deite em cada caso
oque aprendemos com a lógica do ocaso

somos infinitos em cada orgasmo
& tão findos que podemos enlouquecer
de tanto receber o que cada um desperta no outro.



Nenhum comentário: