27 de ago. de 2021

Andarilho

 

Carrega a linha imaginária da fronteira
   ali entre um passo & outro
      o limite da subconsciência...
Depõe a sensação de exílio
   suspende, na pedra que imola
      o vício do silêncio
& zanza entre aqui & ali
   com cantos & sussurros
      borbulhando nos pés secos.

Olha para o Espaço
   como olha duas faces da moeda
& aprecia mais a sorte da cara
    do que o desvalor da coroa
Entretanto, diferente do metal
   cunha ainda um terceiro lado
      cara, coroa, coragem...

& deita com o Tempo
   sem hora para se levantar
Mas surpreende a aurora
   endossando a fogueira
      enquanto ergue acampamento
          para partir
Rumo a outro lugar nenhum.

Parte
   cara, coroa
Racha
   a trinca dos pés
Junta
   Tempo & Espaço no passo
& anda
   sem pressa
      não há onde chegar
Tudo é
   um imenso retorno...



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