21 de set. de 2024

Riscos

 

Só depois de me envenenar
   me arrependo
      & não tem como pender
         pro lado da lamuria, resta tolerar
Antídotos são prescritos
   & no sono ainda agito
      mais do que orações
          para se evitar o mal a me corroer
Os riscos no corpo
   são crateras, traços de colisões
      que não se pode evitar
         mesmo podendo se prever
Eu tenho duras penas à cumprir
   & deixar outras para escrever
      antes que seja tarde
         a morte pelos venenos chegar
& os riscos que não recortam
   só rabiscam no confuso corpo
      cravado de alma, mapa sem norte
         & abismos a se percorrer
& preste atenção, aguente calado
   porque a vida é selvagem
      mas a existência há de retribuir no equilíbrio possível, sem se importar com os outros
         um mesmo certo tanto de sofrimento & delícias para cada um de nós


 

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