A madrugada
convulcionou
Sobre minhas
pernas cambrianas
Eu a carreguei
com seu peso de amanhecer
Sem nem ligar
para o aniquilamento do sono
Quando percorro
essas horas desperto
Percebo que vivi
milhões de anos & vou morrer logo
Percebo que a eternidade
parca das coisas
É nada na imensidão
descabida das futilidades
O que passa
sobre a terra
É só substância
para o esquecimento
O que rola
sobre os asfaltos
É só um sentimento jurássico
que se acalmou
A extinção em massa
da vontade
Sob a pedrada
da insensibilidade