8 de ago. de 2025

Extinção em Massa

 

A madrugada
convulcionou
Sobre minhas
  pernas cambrianas

Eu a carreguei
com seu peso de amanhecer
Sem nem ligar
  para o aniquilamento do sono

Quando percorro
essas horas desperto
Percebo que vivi
  milhões de anos & vou morrer logo

Percebo que a eternidade
parca das coisas
É nada na imensidão
  descabida das futilidades

O que passa
sobre a terra
É só substância
  para o esquecimento

O que rola
sobre os asfaltos
É só um sentimento jurássico
  que se acalmou

A extinção em massa
da vontade
Sob a pedrada
  da insensibilidade


 

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