6 de dez. de 2010

Os nativos das terras de Vera Cruz

Eu não consigo viver
desconfiando de tudo
Eu não posso viver assim
crendo que todos querem me enganar,
Renego isso
mesmo que a pecha de idiota me dêem
E no país dos vantajeiros
eu me recuso
a seguir a sina do sangue deste povo;

Busco uma forma
de exorcizar de mim
esse espírito safado
esse espírito ressentido
esse espírito demente
esse espírito de aproveitador
esse espírito alienado
que quer passar a perna e enganar todos;

Pais, padres, pastores, políticos, policiais, parentes, prostitutas e prostitutos, pedintes,
patrões, paladinos, profissionais liberais da decadência secular brasileira...

E saio por aí
nesse curral mal asfaltado
e cimentado com a falácia da má-fé geral
que está na cidade
que é o país
que é o mundo inteiro,
E ouço o ensurdecedor ruído
dos urros bestiais
de todo este povo brasileiro
dos seres humanos em geral
Agonizando em involução;

O ‘p’ que nos pede engajamento nessa indigência é o ‘p’ da ‘perversidade’...

Eu não consigo viver em paz
tendo que reagir à isso,
Eu não tenho paz
convivendo com todos esses selvagens...


Nenhum comentário: