18 de jul. de 2015

Acaso de Luzes & Sombras




Recorrente aurora
Correnteza de cores urdidas ao acaso
Como pode a beleza ser
   tão fundamental & tão banal?

Fazes-me, em paz,
   pensar em música dodecafônica
Mediante sinfonia tal
   de urgência que descansa nesta cromo ação,
      varrendo hiperprismas para acima do chão.

Cantarolo com a gata eriçada
   o coro ronronado grato, roto, salpicado,
      da revoada de tizius
Que partem para o ar fresco das 6 da matina
   depois de pastarem sementes de capim colonial

Os sons mesmos acordam
Dão corda aos ruídos que arruínam nas ruas
   o noturno sigilo que em segredo liberou esta hora
      no afresco onde ela se esparramou.

Ao que penso, ainda pesado pelo incomodo das dores
   de uma noite mal dormida, pensamento tenso:
Que abaixo desta beleza
Também inaudita maldade perpassa
   no surto abrigo da natureza humana...

Mas... se abaixa o ocaso lá do outro lado
Aqui eleva-se a aurora, revelando
    que assim como o bem & o mal
Tudo depende dos olhos que buscam o arrebol.

Não é o sol que nasce
É o horizonte que se move
Apesar das aparências,
Apesar de todas as urgências,
   tudo está mesmo... fora de seu lugar...

É a luz que penetra nas sombras
São as sombras que deixam se efervescer de luz
O ocaso que com descaso se abre em acasos
Melindres de fazer deixar começar a brincadeira...

Sempre é meio-dia no mundo inteiro
Sempre é meia-noite em qualquer lugar,
Cada canto & cada ente tem sua cota
Utopias de auroras minam com o orvalho
Para quem acorda antes do sol raiar.





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