12 de out. de 2015

não-palavras para você

Não tenho mais nada a dizer
   porque o que mais me abisma nesse momento
É um sentimento...

Não encontro palavras, & eu mesmo não as procuro,
   tampouco caço expressões, nada quero achar
      mediante o vazio em que se concentra meu pensamento...

Ele não pesa & nem se move
São haikais mínimos escritos com cores
   que não posso tomar da paleta das manhãs...

São versos dispersos,
Silêncios infundos,
Gritos agruros,
Urros alhures,
Chistes de saliva...

Eu fujo dos sons
   & fujo das dores
Refugo o mesmo tanto
   que aceito os amores...

A paixão é um sonho, onde sempre fiel ela volta...
   & me faz redessaber
Que o saber é um  e  s   q   u   e   c    i     m     e      n       t         o
   escrito com aquilo do que
         se faz o pensar...

A serpente, sedutora que tudo sabe,
É somente uma criança
   que ensina a Arte... induz errar...
      pelos labirintos do sonhar...

A serpente se estende, se enrola,
   rasteja...  cobra...
Ela não morre com seu salivar...

Sonhei que você era um livro
Tua pele tatuada
com os nomes de tuas filhas...
Tua pele alva marcada,
alvo dos pecados que você não cometeu...
Esta pele irá trocar...

Você é a que não me escuta...
Você é a que me esqueceu...
Você é o além da imaginação...
Você é a que cala as palavras...
Virgem mãe de minhas inutilidades
Vaginal fonte da liberdade...
Você é o esquecimento
   um repouso, um silêncio...
Livro raro & repleto
   de sendas impossíveis...


Pois em mais ninguém além de você,
   eu vi a pessoa neutra,
      a quem chamei pelo nome mais vazio,
& amei o mais impossível!





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