25 de mar. de 2016

O Santo Graal & seus Mistérios

   Em tempos tão constrangedores para o Espírito, quando um materialismo corrupto avança ferozmente, destruindo toda esperança e vislumbres de um futuro melhor para a humanidade, os ciclos dentro do tempo ainda guardam relíquias para suprir o espírito de energia e manter ainda acesa uma luz tênue para nos guiar.
    Observando por outro prisma, o espiritual, as coisas não são melhores, quando se trata de evolução da sociedade e da consciência humana, o que vemos nesses tempos de crise é realmente uma guerra, travada a níveis consciente e inconsciente por todas as pessoas.
    Entremeando nesses assuntos materiais, nessa semana que antecede a “Sexta-Feira Santa” e o Domingo de Páscoa, volto a pensar a respeito de uma história que me é cara, as Lendas do Graal.

    Quero refletir aqui e compartilhar com vocês sobre esse assunto porque ele está dentro das circunstâncias pelas quais passamos, pois as Lendas do Graal falam justamente de circunstâncias materiais e espirituais, e o momento sócio-político porque passamos agora no Brasil é justamente o momento que definirá por um longo período de tempo o nosso Destino Comum, como Civilização.
    O momento de crise é justamente o momento de tomada de consciência, o momento em que as coisas são retiradas de seus véus e mostradas como realmente são. Crises assim são oportunidades de “saltos quânticos” na evolução de uma sociedade.

   Informam-nos certas escolas esotéricas sobre os Mistérios do Graal.
   Como objeto físico, um cálice, um prato, uma espada, uma urna, etc. Esse objeto venerável peregrinou por diversos lugares no globo, e esteve por longo tempo guardado na Catedral de São Salvador na Bahia.
   Tal objeto é um artefato canalizador de energias para a evolução de um povo, e sua missão em terras brasileiras foi para fomentar certos estados mentais que se necessitava para a continuidade da evolução humana. A Teosofia e a Eubiose fala sobre a continuidade do velho jogo da evolução das raças, onde depois da II Guerra Mundial e posterior Guerra Fria, tal jogo deveria ser realizado pelo Brasil e pela Argentina (ouça áudio no final).
    De acordo com os eventos das últimas décadas, parece que se engendrou um plano para se “sabotar” esse plano Divino de evolução natural dos povos, destruindo por dentro os valores éticos dos povos brasileiros e argentinos, a política, a economia, a religião, o futebol e a educação foram ferramentas usadas para se estragar tudo de bom que pudesse haver dentro do coração dos seres humanos da América do Sul.
    Não sou um iniciado para dizer como se procede nesse momento a ordenação dos fatores para nossa evolução, e se soubesse muito provavelmente não estaria escrevendo sobre isso aqui, porém o que posso inferir em minha intuição parca, em minha busca de curioso como cego no tiroteio, vou refletindo como posso. “O presente é sempre resultado do passado, e herança para o futuro”, como diria o saudoso Antônio Carvalho.
   O que sei é que de toda forma as coisas seguem em frente, não existe acaso, tudo tem limite, tudo de bom que surge traz consigo algo de ruim, e com tudo de mal que emana, algo de bom vêm também. Essas seriam as regras básicas a se ter consigo como premissas para se entender o mundo e seguir em frente com um pouco de sanidade.
  
   Então entramos especificamente no assunto do Graal. Ele está representado em diversos graus na nossa realidade.


   Olhe para o céu noturno nessa semana e verá o que é um dos Graais. A Lua em conjunção com Júpiter, formando o Graal celeste transbordante neste momento equinocial do ano, cálice lunar que começa a ser preenchido na Lua Crescente do Carnaval, tudo indicando velhas concepções ditas pagãs para essas épocas do ano.

   Esse Graal sobre nossas cabeças revela o momento de equilíbrio onde os mistérios do Graal penetram no mundo e relembram ao espírito humano sobre a trajetória da busca a qual o devemos nos dedicar em nossas vidas.

   Os mistérios do Graal estão também expressos em um livro que circula entre nós de forma velada, como se não fosse um livro, mas o é.
   Falo do Tarôt (Taarô), o Livro de Thot. Nele podemos ler toda a história do Graal, estão ali representados vários personagens dos romances do ciclo do Graal como Percival (O Tolo - Arcano 0), Merlin (O Mago - Arcano 1 ou O Eremita - Arcano 9), o Castelo do Graal com o Rei Pescador (A Torre ou Mansão de Deus - Arcano 16), o rei Arthur (O Imperador - Arcano 4) o Assento Perigoso (O Pendurado, ou O Enforcado, referência à Judas - Arcano 12), Guenevere (A Imperatriz - Arcano 3), Cundrie (A Papisa - Arcano 2), Lancelot (Os Amantes - Arcano 6), etc. E o próprio Graal, do qual aparece referências em diversas lâminas ou páginas desse livro, de diversas formas, veja os Arcanos 1 (O Mago), 14 (A Temperança), 17 (As Estrelas) e o 18 (A Lua).
   É sintomático que o Arcano 8 seja A Justiça, alto conceito que percorre todas as histórias do Graal, trazendo a espada como mantenedora de todas as coisas, apontando para o equilíbrio eterno que o Graal traz a quem se alinha ao seu pensamento ou filosofia, representado finalmente pelo ¥, símbolo do infinito que só pode existir mediante a própria justiça das coisas.


Além disso, o Tarô como o livro do Graal remete também em seus Arcanos Menores, os Naipes, Copas (Cálice) que denota aspectos positivos, e Espadas, que denota, na maioria das vezes, a aspectos negativos, além do Paus e Ouro.


As histórias do Graal escondem muitos outros mistérios, e talvez o maior e mais polêmico seja a questão da descendência de Jesus de Nazaré para a posteridade, que trata de questões de descendência direta, do homem Jesus com Maria de Magdala, assim como o segredo da própria magia sexual ou tântrica, o que aponta para a ascensão do Cristo interior dentro de cada um de nós. Sobre esse caráter do Graal é o que se refere livros como “Conspiração Jesus” (de Michel Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln), “O Código Da Vinci” (de Dan Brown) e “O Graal Secreto dos Merovíngios” (de Carlos Cagigal e Alfredo Ros), entre muitos outros.
    Tudo isso refletido e contado desde a Idade Média nos mitos do Graal, mas que agregam mitos de diversas idades passadas de todas as partes do mundo, pois fala sempre sobre a evolução do ser humano, a evolução de cada indivíduo.


Sobre o Graal a Igreja Gnóstica ensina que Melquisedeck deu à Abraão, quando este celebrava uma ceia ritual, um Cálice, que depois ficou de posse da rainha de Sabah que o passou à Salomão, o qual Jesus usou na última ceia com os apóstolos antes de sua morte ritual na cruz, depositando ali gotas de seu sangue e de sua pele, rememorando assim o antigo ritual alquímico de comunhão de Abraão, com o segredo da transmutação da matéria.
   Esse Cálice doado por Melquisedeck à linhagem de Abraão, que passou nas mãos de Salomão e Davi, depois de Jesus, foi finalmente entregue à José de Arimatéa, junto à lança que ferira Jesus na cruz.
   No sepultamento de Jesus, Arimatéa encheu tal Cálice com o sangue que jorrava do corpo de Jesus, trazendo assim uma mensagem espiritual e uma material, e sendo essa que Jesus na verdade sobrevivera à crucificação, pois seu sangue ainda corria nas veias e escorria de seu corpo. Eventos que a lenda diz ter ocorrido justamente nesta época do ano, marcado para a posterioridade pela lunação.
    A história continua a contar que José de Arimatéa passou certo tempo preso, onde um anjo ou o próprio Jesus reerguido revelou a ele os segredos do Cálice e o imputou com a missão de levá-lo para o continente europeu, onde temos o relato de sua migração, com os membros da família de Jesus, Maria de Magdala e seus filhos entre eles, para o sul da França, levando também a lança que ferira o flanco de Cristo.
   Foi nessa região do mundo, onde se encontra principalmente Toulouse e o Languedoc é que surgiram para a posteridade as Lendas do Graal, baseados justamente na continuidade dos ensinamentos de Jesus em seu caráter mais puro e espiritual, que o Gnosticismo é o representante.
   Disso tudo a Igreja Gnóstica dá sua mensagem final:

“O caminho que conduz à auto-realização íntima é
ABSOLUTAMENTE SEXUAL.“ENCHE, IRMÃO,
 O CÁLICE DE TEU CÉREBRO COM O VINHO
DA LUZ, TRANSMUTANDO NO ALTAR DO
AMOR.” No Matrimônio Perfeito está o elemento
fundamental para consolidar a doutrina da Santa
Igreja Gnóstica dentro de nosso próprio Ser. Um
matrimônio perfeito está composto por uma alma
que ama muito e outra que ama melhor.
O AMOR É A MELHOR RELIGIÃO QUE SE PODE
ALCANÇAR. DITOSOS OS SERES QUE SE AMAM.”
(in Fernando Moya: “O Livro de Ouro da Igreja Gnóstica
- México. www.divertire.com.br/pdfFactory).

   Em nossos dias referências ao Graal são expandidas, fala-se dos Discos Voadores, da Alquimia e da Psicologia, da Genética, da própria Internet, no sentido de Cornucópia de informação, etc.

   Em seu sentido mais estrito o Graal é um símbolo do feminino. Em interseção complementadora ele joga com o símbolo da Espada ou da Lança, nisso se mostra com suas referências orgânicas com o Olho (também a Vagina e o Útero) e o Pênis (e também a Língua, os Braços e os Dedos).
   Como símbolo feminino para a consciência o Graal se impõe como repositório ou momento cíclico propício ao que finalmente se refere essa época do ano, provavelmente uma referência como a época do renascimento do Cristo ou Buda como Jesus de Nazaré. Se isto é fato histórico ou personificação mitológica não importa, o fato é que tal sabedoria adentrou na mente humana e com esses fatores jogamos com nossa evolução pessoal de cada dia.
   O Graal pode ser representado pelo útero, pela boca, e a Espada pelo falo e pela língua, ligando Consciência correta e Palavra correta como modos de ação no mundo.
   Assim o Graal fala mais do que sobre um objeto em si, mas fala de um momento dentro do qual se abre uma oportunidade para o Espírito. Que esse momento se concatene justamente com o Equinócio é muito interessante, pois aponta justamente para o Equilíbrio, ou seja, a Justiça.

   Não é a toa que no Brasil vivamos os incríveis momentos sociais das últimas semanas, creio que a medida que formos resolvendo (ou protelando) as questões proposta sobre a nossa evolução como povo, como sociedade e civilização, as coisas irão se resolvendo ou se aprofundando, o que não podemos permitir nesse momento é que as coisas fiquem como estão, e perdermos esse momento impar de tensão ou crise com respostas rasteiras ao nosso momento histórico atual.
   O fato é que muitas coisas estão se movendo no palco de nossa sociedade, então devemos nos centrar em nós mesmos, procedendo com aquela conversa interior e esclarecida, e distinguirmos as informações éticas com as quais devemos jogar para superarmos as coisas que determinaram nossa nação até os dias de hoje, e romper com isso tudo.
   Seguindo as linhas da história do Graal, que se pauta pela compreensão do amadurecimento da personalidade humana, provavelmente teremos que entrar inocentemente nesse momento, como Percival, e daí conquistarmos tudo que devemos conquistar, heroicamente, para nos tornarmos possuidores do Graal, que no caso do Brasil seria a União do povo.
   Como símbolo feminino essa é a maior convocação do Graal, um apelo pela unidade e a vitória pela resistência e pela geração de novos modelos de vida e Estado, por uma correta consciência e uma forma de ungir toda união através da palavra, o que deve prevalecer neste nosso momento enquanto Povo.



Adendos:

I - Do “O Livro de Ouro da Igreja Gnóstica” de F. Moya:


Hino do Graal

Dia após dia,
Disposto para a última ceia
do amor divino,
o festim será renovado
como se por última vez
houvesse hoje de consolar-te,
para quem se haja comprazido
nas boas obras.
Acerquemo-nos ao ágape para receber
os dons augustos.
Assim como entre dores infinitas
correu um dia o sangue que redimiu
o mundo,
seja meu sangue derramado com
coração gozoso por causa
do Herói Salvador.
Em faces vive por sua morte
o corpo que ofereceu
para nossa redenção.
Viva para sempre nossa fé,
pois que sobre nós
repousa a Pomba,
propícia mensageira do Redentor.
Come do Pão da Vida e bebe do
Vinho que são para nós amigos
Vejam, Homens e Deuses,
os Cavaleiros do Graal e seus Escudeiros!

***
II - Do “Livro das Mentiras” de A. Crowley:

60
ΚΕΦΑΛΗ Ξ

O FERIMENTO DE AMFORTAS

O Auto-Domínio de Percivale tornou-se a Auto-masturbação dos Burgueses.
Virtus tornou-se “virtude”.
As qualidades que fazem um homem, uma raça, uma cidade, uma casta, devem ser  
   derrubados; morte é a penalidade do fracasso. Como está escrito:
Na hora do sucesso sacrifica o que te é mais querido aos Deuses Infernais!
Os ingleses vivem sobre o excremento de seus antepassados.
Todos os códigos morais são imprestáveis em si mesmos; ainda que em cada novo código  
   haja esperança. Sempre na condição de que o código não seja mudado por ser muito
      difícil, e sim por ser cumprido.
O cachorro morto flutua com a corrente; na França puritana as melhores mulheres são as   
   meretrizes; na Inglaterra viciada as melhores  mulheres são as virgens.
Se ao menos o Arcebispo de Canterbury saísse nu pelas ruas mendigando seu pão!
O novo Cristo, como o velho, é o amigo dos taberneiros e pecadores; pois sua natureza é
   asceta.
Oh, se todos fizessem Não Importa O Que, com a condição de que isso fosse a única coisa
   que eles não quisessem nem pudessem fazer!

***

III - Do “AyA ArcAnA” de E. M. Tronconi:

O Cálice Sagrado

Vem crescente...
Cálice Sagrado
Transbordando a Luz do Sol
No reflexo da Lua
Transformando a noite escura
Pelo crescente da Lua...

Ah...! É o reflexo da Lua
O reflexo da Lua
Um Cálice Sagrado
Para o Sang’Real do Cristo

É o reflexo da Lua
O reflexo da Lua
Um Cálice Sagrado
Cheio da Luz do Sol

Vem... Crescente...!


A Pedra do Destino

É ela que cai... ela quem cai...
É ela que vem... ela quem vem...
É ela que chega... ela quem chega...
Pedra... Sideral...
Estrela... Cadente...
Diamante... Cósmico...
Joia... Universal...
Pairando no ar
Acende o céu noturno
Vindo nos visitar...
Ela é o Graal
Ela é o Graal
Pedra Angular
Do Templo de Salomão
Pedra Angular
De toda a Criação
Ela é a ligação
Do céu com o chão
É ela a ligação
Do céu com o chão

Desce, desce, desce...
Vem, vem, vem...
Desce, desce, desce...
Trazendo de Deus
Nosso Sagrado Destino
Proteger & Saber
Os Mistérios de Salomão
Saber & Proteger
Os Mistérios… da Criação.


A Espada da Palavra

Daí-me... oh! Deus...
O Dom da Fala Correta
Ensina-nos... oh! Deus
Tua Sabedoria Divina que é reta

Palavra é Espada
Na boca do bom servidor
Usa com cuidado
Para não causar sua dor

A Espada não causa o corte
A Espada não traz a morte
A Espada leva a Vontade
Do guerreiro do Senhor

A Espada não causa o corte
A Espada não traz a morte
A Espada leva a Vontade
Do guerreiro do Senhor

Palavra!
Ela é a Espada
Dos Cavaleiros do Senhor!

Palavra!
Ela é a Espada
Dos Seguidores do Senhor!


A Lança da Superação

Nasce aquela Estrela
No Cruzeiro do Sul
Anunciando o Novo Sol
Que traz ao dia um novo azul

Na mente dos homens
Uma ampla consciência vem
Em nossas mãos
Uma longa Lança tem

É a Grande Lança... da Superação
É dela que escorre
O Sangue do Cristo... na Crucificação

É Sangue & Água... em União
É em união... que alcançamos… a superação

Humildade & Entrega
É a Superação
Amor & Perdão
É a Salvação

Humildade & Entrega
É a Salvação
Amor é Perdão
É a Superação.


***

IV) Áudio de Antônio Carvalho:



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