22 de ago. de 2022

Correnteza

 

Tempo água
   dai-me de beber,
      preciso me afogar...
Eu me encharco
   do amor líquido
      que minei
De dentro dos poros
   torturados
      pelo roçar da carne...

Dizem dos homens oceânicos
   que perdem tudo que quiseram,
Que eles só tem a sinceridade,
   inevitável,
Nua como veste
   crua como pedra,
Assim sou eu
   rio, nuvem, lágrima
Sem mar, chuva, choro...

Água tempo
   da seca do amor próprio,
      preciso me afagar...
Eu me banho
   do amor líquido
      que caiu como chuva
Por entre os poros
   ressecados
      pela seca do coração...



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