8 de ago. de 2022

Logo eu...

 

Logo eu, devoto do Caos
   tentando nadar contra a correnteza
Tentando dobrar o brilho das estrelas
   para dançarem conforme
      a música bonita de um amor idealizado...
Logo eu, habitante do Abismo
   tentando fugir do fundo poço
Tentando por a cabeça pra fora
   da tempestade plantada
      com as sementes de brisa da paixão...

& agora
   quando o buraco negro arrasta tudo
      para a inexistência
Tento amarrar com desespero
   aquilo que é incontrolável
Mas ainda vou dançar,
   caoticamente, em plena queda eterna,
      ao som da música da esperança
         que chamam Eterno Retorno...

Eu sei
   eu estraguei tudo
Mas eu trabalho para o buraco negro
   eu trabalho para o Caos
      & para o fundo do Abismo eu arrasto tudo
Incontrolável
   devorando galáxias
Só escapa da minha fome
   os fantasmas que vagam perdidos
      por entre a escuridão do espaço...



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