À meia noite, na casa dos outros, 
   o mosquito nasce
      & já vai espalhar a insônia até a sua morte
         quando o dia raiar...
Amanhã tem mais um milhão 
   pra te picar...
O sanguessuga próspera todo dia
   & todo dia se inaugura 
      & despacha um canalha
         menos esperto que o outro
Um vampiro vive pra sempre
   & toda noite sai pra sugar
      o que o dia com suor & sangue 
         levou a se acumular
Nas barras das saias
   nas barras das calças 
      políticos, cartórios, corporações, 
   matilhas, canis, currais, 
      esgotos a céu aberto
Prontos pra despachar
   pra barra da Lei
      quem não recita a cartilha
Que é deixar sugar 
   das tetas das vidas alheias
      & chupar até os ossos
         por um resquício simbólico de ordem
Até tudo continuar
   a mesma coisa...
Nas praças prosperam as minas
   onde se garimpam o ouro
      que não se minera
Mas que as multidões estúpidas
   trazem caladas à porta da casa do ladrão.

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