17 de dez. de 2023

Sertão

 

Há um tempo atrás
Nessas estradas que bifurcam
Eu realmente me perdi...

Pelas mãos de um anjo insano
Que me trouxe presentes incertos
Setas que apontavam para todos os lados
Um buraco no fim de cada caminho...

Quem tem coragem
Pautada na inconsequência
Quem tem asas
& pés acorrentados
Que fala de amor
Mas vive da libertinagem...

Eu quis acreditar
Que aquilo era
A graça concedida
Às minhas orações...

Mas enfim, era só uma outra lição
É só isso que vida nos faz
Provar de todos os pratos
Viver todos os fatos
Cometer todo os atos
& a porta aberta da dissolução...

Assim tudo se ganha & tudo se perde
Não com poemas, mas ranger de dentes
A vida prova que somos
A carne redimida
Desde que redimamos nossa própria carne...

É fé não na matéria
Mas no pensamento
O zelo com os olhos
& a resistência na ideia...

O amor é ainda
Aquilo que nos dá
Um pouquinho de sanidade
Um descanso da loucura
Que às vezes desejamos...


 

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