29 de abr. de 2024

Ventura

 

Habitam no ruído do espaço sendo moído
& medem o tempo com música
Ouvem as horas passar
   & os anos sinfonias
      soam como oceanos a retumbar

Ah! & o silêncio? O descanso do silêncio
   que quase nunca está presente
      & não faz o tempo parar
Sempre no intervalo entre dois instante
   interligados instáveis
      pelo estalo de um beijo
         ou o eco de um adeus
Sileciamos...

Habitam no que faz o impulso da dança
& medem a felicidade no impacto
   & celeumas que o baile incorpora
Ouvem as batidas do coração
   imaginando supercordas à pulsar
A vida sendo então
   só uma recusa à não se aquietar

Ah! & o silêncio? O descaso do silêncio
   essa temerosa canção de ninar
Resposta de todas as perguntas
   a nos embalar
Sempre na vala do abismo
   cuja a ponte é só um canto arco de cores no ar
Um coro suspenso cujo refrão é a vida
   & nós o começo & o fim
      de um poema a reverberar
Até silenciar...

Habitam no ruído suspenso do espaço
& medem o tempo & seu humor com música
   ouvem os instantes trincados se emendarem
      & os séculos se perderem em terremotos
         tudo soando como o bolero a se acabar





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