Nós que permanecemos no fundo
da sala, dos bares, da fila, do mundo
Vemos tudo à distância
a chuva, o sol, a aula, a vida
nossa & dos outros
como um teatro
a nos entreter ou aborrecer...
Depois do show os aplausos
os flashs, as vaias
um rabisco num caderno de recordações
um risco na memória de quem passou
Um drama ao que sobrevivemos
ou assistimos os outros passarem...
Nós que nos entretemos já
mais com o copo que com o corpo
Com nossa visão já
acostumada ao escuro
Enviamos missivas de lágrimas
de alegria & tristeza
para os que estão à distância...
Depois do sol a chuva
& depois da chuva o frio
Vem inverno & primavera
o sucesso da maçã
& a sucessão de decepção
& nós no fundo
acostumados à escuridão...
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