1 de fev. de 2025

Rasgo

 

Eu moro na tempestade
Mas não no furor
   & sim na segurança de lá estar
Perto da fúria
   dentro do coração

Caminho escutando mortos
Nada do além
   mas nas canções que gosto
Todos que partiram tem lá sua perfeição

Meus dias são vagos
Menos por falta do que fazer
   & sim por não encontrar alguém que mereça
      eu dar meu tempo, minha atenção

Seguimos em frente
   com tecido da realidade rasgado
Em um instante quem seguia junto
   vai cada um
      para um lado diferente

Eu só me fio no causo aprendido
Que tudo passa
   & o que fica é só a banalidade
      impossível de se modificar

Realmente não me interessa
   nenhuma opinião alheia
Eu confio no lugar seguro
   dentro da tempestade
Ouvindo a transmissão da meia noite
   na frequência do grande meio dia

& sigo assim... menos inquieto
   mais sabendo o que quero
      o que devo querer...
Pois a realidade quando se rasga
   arranca o véu do que era passageiro...
& só fica
   a face eterna nua
      em estrondo permanente do trovão!



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