& como o Buda
que pregou um sermão em silêncio
fazendo a flor de lótus
girar em sua mão,
Eu prego meu sermão do trovão
girando em minha mão
a grama arrancada do chão...
Quando eu estava louco
recebia de volta
o tanto necessário de insanidade
para manter a chama da loucura ardendo
Agora que tudo passou
vejo que a faísca para manter o fogo
foi tirada do meu tempo & do meu corpo
que se consumiram
mas não tornei-me inteiro
cinzas
Resta a força natural
pureza transparente
desse corpo de diamante
precionado do carvão à jóia preciosa
& todas as coisas confusas
que eu achava ser amor,
alegria, ódio, tristeza...
não passavam então de ser
manifestações entre o desejo & a ilusão
de um corpo submetido à alta pressão
dentro do relâmpago da existência
Erva daninha na superfície da terra
flor de lótus pairando sobre a lama
Meu barro, meu nada, meu chão
repouso do relâmpago
lar do trovão
O corpo permanece
a mente resplandece
unindo necessidade & transbordação
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