17 de abr. de 2025

Veredas

 

Vereda I - Azo

"Caminho"
  já é uma palavra grande demais
  para distâncias que percorremos,
Quem dera sempre o chamar
de "lar".

Pois mesmo a palavra "vereda"
  já contém toda "verdade"
  que se faz ao percorrer.


Vereda II - Lapso

Fora lá
  no Lar

Lar afora
  aqui



Vereda I\I - Atalho

Cravo um talho no pisado
Entre o caminho & o caminhado
                           o lar
Atalho
   caminho do meio
Um talho na senda da causa & efeito
Uma trilha dentro da trilha
   que despista
      o meio fora de eixo
         do caminho


Vereda IV - Sendeiro

Meu coração na estrada vazia
Rodando...
     produz um som lento & pesado
Passando como máquina arrancando asfalto
Não deixando rastro nem nada para trás
Indo...
     como uma tempestade que varre tudo
Perdendo rumos, encontrando caminho
Meu coração na estrada vazia
É coisa única...
     nunca vista na natureza
Um bloco imaterial que arrasta calma & fúria
& cega a visão com faróis para escuridão
O abismo caminhando na face da terra
Na estrada que se faz pra frente
   sem ter como contornar


Vereda V - Caminho/Lar

Quantas vezes o meu coração
   esteve nessa estrada vazia
Sem hora, dia ou onde chegar
Quantas vezes são assim meus dias...

Agora que mais uma vez
   o mapa da vida mudou sem avisar
& os destinos & partidas
   são novos pontos a se fixar
A estrada que se faz pra frente
   sem ter como retornar

Quantas vezes os meus pés pisaram
   nesses novos velhos lugares
Onde nunca estive, mas sempre passei
Quantas vezes é assim meu caminho...


Vereda VI - Enveredar

Quantas vezes, contadas em passos, pegadas,
  teremos que intercambiar, combinar perdidos & achados, princípio & fim, partida & chegada? Tempo & espaço? Velocidade & lugar? Talhos & atalhos? Verdades & veredas?
Tantas vezes, que confundimos & compreendemos as voltas, os rumos, as viradas que a vida dá,
Pela longa estreita estrada de correr & repousar!
É tudo só partir & chegar, quando é também perder & achar...
No Caminh(L)ar.




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