Vereda I - Azo
"Caminho"
já é uma palavra grande demais
para distâncias que percorremos,
Quem dera sempre o chamar
de "lar".
Pois mesmo a palavra "vereda"
já contém toda "verdade"
que se faz ao percorrer.
Vereda II - Lapso
Fora lá
no Lar
Lar afora
aqui
Vereda I\I - Atalho
Cravo um talho no pisado
Entre o caminho & o caminhado
o lar
Atalho
caminho do meio
Um talho na senda da causa & efeito
Uma trilha dentro da trilha
que despista
o meio fora de eixo
do caminho
Vereda IV - Sendeiro
Meu coração na estrada vazia
Rodando...
produz um som lento & pesado
Passando como máquina arrancando asfalto
Não deixando rastro nem nada para trás
Indo...
como uma tempestade que varre tudo
Perdendo rumos, encontrando caminho
Meu coração na estrada vazia
É coisa única...
nunca vista na natureza
Um bloco imaterial que arrasta calma & fúria
& cega a visão com faróis para escuridão
O abismo caminhando na face da terra
Na estrada que se faz pra frente
sem ter como contornar
Vereda V - Caminho/Lar
Quantas vezes o meu coração
esteve nessa estrada vazia
Sem hora, dia ou onde chegar
Quantas vezes são assim meus dias...
Agora que mais uma vez
o mapa da vida mudou sem avisar
& os destinos & partidas
são novos pontos a se fixar
A estrada que se faz pra frente
sem ter como retornar
Quantas vezes os meus pés pisaram
nesses novos velhos lugares
Onde nunca estive, mas sempre passei
Quantas vezes é assim meu caminho...
Vereda VI - Enveredar
Quantas vezes, contadas em passos, pegadas,
teremos que intercambiar, combinar perdidos & achados, princípio & fim, partida & chegada? Tempo & espaço? Velocidade & lugar? Talhos & atalhos? Verdades & veredas?
Tantas vezes, que confundimos & compreendemos as voltas, os rumos, as viradas que a vida dá,
Pela longa estreita estrada de correr & repousar!
É tudo só partir & chegar, quando é também perder & achar...
No Caminh(L)ar.
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