Um galo rouco canta manhãs
das cordas de seu fino pescoço...
Penso que podia ser uma máquina rangendo horário na chaminé de uma árvore cortada,
Se confunde com os alarmes das casas invadidas, dos carros que foram arrombados, & do atraso no raiar da segurança de toda aurora...
Penso que poderia ser a ranhura de uma nuvem se abrindo estridente vocal ao vento cortada por uma antena de telefone que não comunica mais nada;
Um galo louco cacareja amanhãs
das cordas de seu pescoço emplumado...
Se mistura com as sirenes das ambulâncias & da policia, que perseguem, buscam os achados & os perdidos da madrugada,
Penso que poderia ser o pneu de um carro derrapando uma curva, desenfreado & acelerando para os muros até não chegar no seu destino,
Se confunde pelo bairro com o sinal de ocupado das chamadas perdidas que nem se fazem mais;
Mas é um galo, sem sua noite, em um quintal de concreto... anunciando... o dia, o mês, o ano, a vida... que acabaram & de novo começou!
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