Tem sempre um muro à espreita
Pra se quebrar a cara
Tem sempre um fosso pronto
Pra se cair no fundo
Tem sempre uma mão pesada
Pronta pra um tapa
& uma cara exposta
Ao alcance de um soco
Eu salto em um buraco negro
Procuro amores não correspondido
Eu corro na estrada sem saida
Socorro serpentes venenosas no escuro
Eu caço feras com as mãos vazias
Me lavo na chuva ácida
Eu conjulgo o verbo colidir
Como se fosse o sentido da vida
Não conheço ainda
Toda extensão subterrânea do Paraíso
Não vi a fronteira
Do deserto de todo este êxodo
Não senti ainda
O carinho incondicional de um afeto
Não passei
Por toda vergonha da embriaguez da vida
"Perfer et obdura;
dolor hic tibi proderit olim".
Ovídio
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