31 de ago. de 2023

Adivinhação

 

Eu delirei
   um poema
De versos
   sem rima
& palavras
   desconexas
Ligadas à força do acaso
Que só
   muito
      de longe
Alguém leria certo
Com sorte
   & adivinhação

Assim como a vida nossa
Cheia de vagas & dias de sono
Cheia de dores & fatos desapercebidos
Do mesmo jeito que passa os dias
Não enfileirados
Mas calçados pela fantasia
...que tudo está normal
   & segue firme sua sina...

Acordei
   com o desejo em pé
& sussurros
   certeiros
      me ensurdecendo
Atravessando o sonho que acabou
& era dia
   mas não era
Era canto
   mas silêncio
Era frases
   sem ecos
Um refrão
   para resto

Assim como nossos casos
Cheios de falta de sentido
Cheios de grandes vazios
Do mesmo modo como voltamos à noite
À procura de desequilíbrio
Que justifique nosso esquecimento
Que a vida é passageira
...mas que é eterno nossos erros
   enquanto estamos aqui tentando acertar...

Uma palavra
   ao acaso
Como reza
   para caos
Que ainda não percebemos
   pois amamos
      & não somos retribuidos
& gastamos nosso tempo
Antes de repetirmos
   nossa vontade de ser
      indecifrável
Porque somos confusos
   & passíveis de errar
Enquanto pensamos
   saber tudo
      & não mudar nada



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