Nesses dias as nuvens cercam a cidade por todos os lados, chuvas, chuviscos, tempestades, todos os dias, a qualquer hora; sei: está chuvendo muito... por fora & por dentro!
Fim de Ano caudaloso, o que só faz confirmar que esse ano nos deu tudo, muito calor, muito frio, muita chuva, mais frio, pouca luz, muita estrela, novidades, mesmisses.
Acho que esse ano só falei de Tempo, o que deve ser, depois do Amor, a in-principal des-pre-ocup-ação de uma existência. O tempo & o Tempo, o clima & o clímax, tudo passando diante dos olhos, como nuvens que desabam em chuva & convergem em dia de sol, que transmutam em madrugadas estreladas & se tornam dias... bons & ruins.
Esse foi um ano para sepultar o passado, debaixo de muita água agora ao seu final. Varrendo os cadáveres que deixamos à céu aberto pelas ruas dos dias que foram passando. Empreendimentos mortos, vizinhos mortos, estilos de vida mortos, amores mortos, lugares frequentados mortos, amizades mortas, desejos mortos, etc. Antes mortos do que perdidos? É a mesma coisa! Porém o perdido se acha, os mortos a chuva vai levando...
Falei também muito de Estradas, & estrada é uma forma de transpor o espaço, & espaço é Tempo, óbvio! Falar de estrada, mar, navio, tempo... são todas metáforas sobre a vida, sobre a jornada, sobre existência.
& não obstante o Tempo para mim ser divergente, como já disse muitas vezes, vide principalmente Vultur, onde em minha concepção o Tempo corre do futuro para o passado, & nossa "existência" seja um simples ato de relembrar da vida que tivemos um dia originalmente, ainda repousamos nos dilemas, nos perrengues, nas tristezas & alegrias deste "estar aqui". Isso, é claro, porque é mesmo difícil distinguir a realidade, mas tal é o de menos, na emanação poética a ser exposta ao longo do tempo.
Por isso cada ano, cada medida de tempo de 365 dias carrega uma continuidade sincronistica na qual podemos reler também um pulso único da vida naquele período. & isso é algo para um comentário mais profundo que devia fazer, mas não vou. Vou apenas ponderar interiormente sobre...
De toda forma então se encerra mais um ano, um período aleatório de tempo demarcado, 3 anos depois/antes da pandemia, 5 depois/antes da bariatrica, 12 depois/antes do baktun quatorze, 24 depois/antes do milênio, 55 do meu nascimento, tudo isso números a serem re-visto/virados de forma que os verdadeiros quantas temporais sejam confirmados quando a existência se encerrar & sabermos o compasso correto do que foi minha vida.
Por enquanto, passei por mais um ano de profundas experiências & mudanças, um ano para se lembrar, um ano para se esquecer... se fosse possível!
