Eu vou aboiá
na estrada de terra que me calça
na mata descerrada que me veste
Ronda o rapé nas ventas
um tiro na asa do tizil
um tapa na cabeça do capeta
Codas prosaicas ao som
de Vaca Estrela & Boi Fubá
& a chuva que cai rala no chão
une o barro que sou
ao barro que quero voltar
Se tu é de pó que volte ao pó
espírito é feito de eletricidade
Meu espírito agreste
assume açudes de poesias
& faz contraste
entre o inóspito caminho do coração
& o céu trovejante do pensamento
Aboio no cerrado concretado
que o sertão se enfia pelo ar
Sertão espírito
que prova que não sou simples
sou arcaico
& toda essa ciranda da vida
é só um círculo rumo à dispensa
do que sempre passa
& passará...
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