2 de dez. de 2024

Condenados

 

Estranho...
   como há coisas nesse mundo
      que estão tão atadas
         que ódio nenhum separa,
& há coisas tão distantes
   que amor nenhum une...

Não falo daqueles
   que o amor uniu & o ódio separou,
Mas dos condenados
   a ficarem juntos sem a razão
      que a própria razão desconhece
    & a estarem distantes
      por tal lei que os iguais se repelem.

Já que para uns, a tristeza que os une,
   é consenso entre ambos;
& para os outros, a felicidade que uniria,
   é procurada em outro lugar.

Assim somos todos iguais
   & somos tão diferentes
      cumprindo a sentença da comodidade:
Padecemos do que ninguém merece
   & ignoramos, achamos não merecer
      a felicidade que acontece!



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